As doenças mais recorrentes de acordo com a tabela do CID são aquelas que foram mais diagnosticadas pelos profissionais clínicos em um determinado período. Esse desfecho reflete o perfil epidemiológico e os fatores condicionantes em saúde.
Além disso, é possível traçar um padrão diferenciado na ocorrência dessas condições clínicas conforme a faixa etária, as circunstâncias ambientais e, principalmente, os fatores relacionados ao paciente, tais como adesão e nível de letramento em saúde.
Esse resultado auxilia na elaboração de metas terapêuticas de prevenção e identificação precoce de problemas clínicos para evitar complicações debilitantes ou que afetam a produtividade laboral.
Ademais, quando bem detalhadas e organizadas com os exames clínicos no prontuário eletrônico do paciente, as informações sobre as doenças, facilitam a tomada de decisão médica e garantem mais qualidade de vida aos pacientes.
Quer conhecer as doenças mais recorrentes de acordo com a tabela do CID? Então, acompanhe este post e entenda o impacto clínico e previdenciário sobre essa prevalência!
Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)
Com o advento de novos recursos terapêuticos e do conhecimento científico adquirido ao longo dos anos, a incidência das doenças infecciosas foi diminuindo e surgiu uma nova categoria de condições clínicas.
Trata-se das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), aquelas que perduram por longos períodos e são influenciadas por fatores de risco relacionados às condições de vida e ao uso de medicamentos.
Nessa classificação se enquadram a hipertensão, a diabetes e o câncer, que estão na lista das DCNT mais recorrentes. Devido ao longo tempo com a doença, o indivíduo que não se cuida adequadamente pode apresentar prognóstico desfavorável.
As doenças do aparelho circulatório também configuram com uma das mais descritas pelo CID, e podem ser desencadeadas por mecanismos genéticos ou advirem de uma hipertensão prévia descompensada.
Outras enfermidades mais diagnosticadas são a doença isquêmica do coração (que pode levar ao infarto ou a uma insuficiência cardíaca congestiva) e o episódio de tromboembolismo venoso (que pode obstruir os pulmões e causar embolia).
Além disso, devido à complexidade dessas condições e dos cuidados clínicos diários, são solicitados muitos dias de afastamento temporário ou definitivo das funções exercidas pelo trabalhador.
Doenças articulares
Apesar dos recursos tecnológicos existentes, das plataformas multimídias e da automatização dos processos, muitos profissionais ainda estão se lesionado por movimentos repetitivos das articulações do corpo — situação requerida no ambiente de trabalho.
O resultado é o desenvolvimento de manifestações álgicas intensas, indicação precoce de cirurgias e mais custos em saúde para os gestores. Além disso, dependendo da situação, a amputação dos membros torna-se a única opção para os indivíduos.
A dor é uma sensação subjetiva de desconforto, que impede a execução de atividades profissionais de forma eficiente e prática. Porém, com o passar do tempo e do uso indevido de medicamentos ela pode ser tornar crônica, resultando uma piora na qualidade de vida.
Das dores articulares mais relatadas no CID podemos citar as dorsalgias, os transtornos de discos intervertebrais, os transtornos internos dos joelhos, as artropatias diversas e a artrose. O desenvolvimento dessas condições pode estar relacionado à má postura, à falta de exercícios laborais preventivos ou à má adesão às terapias clínicas propostas.
As consequências podem ser a imobilidade parcial ou definitiva dos membros acometidos e a necessidade de cirurgia reparadora. As estratégias clínicas incluem diversas intervenções fisioterapêuticas para garantir a reabilitação do indivíduo.
Doenças laborais
As doenças relacionadas ao ambiente de trabalho são aquelas que se desenvolvem em decorrência das condições laborais, seja pelo descumprimento da legislação trabalhista ou pela falta de implantação da política de segurança.
As condições laborais, ou seja, as circunstâncias relacionadas ao ambiente de trabalho, são fatores como a temperatura, a umidade, a ventilação adequada, os equipamentos com identificação de pontos críticos, o mobiliário ergométrico etc.
O descumprimento das leis trabalhistas se relaciona à ineficiente (ou inexistente) política de prevenção de acidentes de trabalho, à falta de pausas para as ginásticas laborais, ao não estabelecimento da distância mínima recomendada entre os funcionários, entre outros requisitos.
Dessa forma, é imprescindível identificar e qualificar os riscos que os trabalhadores estão sujeitos e procurar formas de minimização desses problemas ou instituir os equipamentos de proteção individual e coletiva.
Isso porque a exposição aos agentes físicos, químicos, biológicos e radiológicos em níveis tóxicos, podem causar complicações clínicas que se manifestam precocemente ou ao longo dos anos.
As doenças laborais podem ser diagnosticadas conforme o tipo de exposição no ambiente de trabalho ou pelos esforços dos trabalhadores. Problemas respiratórios, como a rinite, a sinusite e a pneumonia, podem se enquadrar, assim como as lesões articulares por esforços repetitivos.
Doenças psiquiátricas
Uma das maiores preocupações da atualidade são as doenças psiquiátricas. Os indivíduos estão adoecendo cada vez mais de transtornos da ansiedade e da depressão, além do estresse pós-traumático
As pressões impostas pelo mercado de trabalho, a predominância e a dependência da era digital e a influência das redes sociais têm favorecido o aparecimento de transtornos fóbicos, depressão bipolar, entre outros. O medo e a tristeza profunda seguida de momentos eufóricos são alguns dos sintomas dessas doenças.
Os transtornos de ansiedade podem propiciar o aparecimento de ideias suicidas, além do afastamento do local de trabalho e, com isso, diminuem a capacidade laborativa dos indivíduos. Ademais, têm como consequência o uso exacerbado de medicamentos psicotrópicos.
As doenças psiquiátricas são diagnosticadas, na maioria das vezes, nos jovens adultos que, devido à pressão por resultados, ficam mais predispostos a desenvolverem ansiedade patológica.
As doenças mais recorrentes de acordo com a tabela CID mostram um perfil clínico sobre o processo de saúde no Brasil. Enquanto observa-se um aumento significativo de distúrbios crônicos não transmissíveis, percebe-se que as dores articulares e as doenças laborais ainda são muito diagnosticadas. Além disso, o aparecimento das doenças psiquiátricas nesse contexto é um alerta importante para os profissionais clínicos.
A partir desse panorama é preciso pensar em estratégias para minimizar o risco de desenvolvimento dessas doenças ou uma maior conscientização da probabilidade do indivíduo apresentar complicações clínicas em longo prazo, sendo algumas delas fatais.
E você, quais são suas reflexões a partir do cenário mostrado? Quais ferramentas são relevantes para mudar esse quadro: conhecimento ou políticas públicas? Não se esqueça de assinar a nossa newsletter para ficar por dentro das novidades!
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