A rotina de boa parte dos trabalhadores é altamente estressante e essa é uma realidade para praticamente todos os segmentos do mercado na atualidade. Na área de saúde, a coisa não muda de figura e entender como o trabalho excessivo prejudica a saúde física e mental dos médicos é de fundamental importância.
O cansaço do dia a dia e as muitas exigências às quais esse profissional é submetido podem minar a sua produtividade e, pior ainda, desencadear problemas mais sérios, como a ansiedade, a depressão e a síndrome do pânico. Confira o conteúdo a seguir e aprenda um pouco mais sobre esse tema!
Qual é a realidade da saúde física e mental dos médicos?
Para entender como o trabalho excessivo prejudica a saúde física e mental dos médicos, é muito importante compreender a realidade da medicina e da área de saúde no Brasil. Definitivamente, a forma pela qual o sistema funciona em nosso país, sobretudo, na esfera pública, ajuda a explicar esse fenômeno.
Há décadas, o Sistema Único de Saúde (SUS) vem sendo sucateado por sucessivos governos e a falta de investimentos adequados é mais percebida pela chamada “ponta”, ou seja, nas Clínicas de Família, emergências de hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Unidades Básicas de Saúde (UBS) e assim por diante.
O médico que trabalha nesses ambientes é, muitas vezes, quem recebe as reclamações diante da insatisfação dos pacientes, embora a sua participação nesse processo seja muito pequena. E, obviamente, esse é um fator de estresse, que gera ansiedade e um espaço de atendimento muito menos salubre do que deveria ser.
Como se já não bastassem as imensas exigências que a medicina impõe sobre seus egressos, a carga horária excessiva, a responsabilidade sobre outras vidas, a falta de segurança na maioria das cidades e a cobrança da gerência, por exemplo, completam um quadro nefasto, que vem sabotando a saúde física e mental e física dos nossos profissionais de saúde.
Como mudar esse quadro?
Uma vez compreendido esse cenário, fica fácil perceber que uma mudança não é nada simples e envolve diversas esferas, inclusive, governamentais. No entanto, existem algumas ações mais simples e pessoais, que ajudam a minimizar todos esses problemas. E o melhor de tudo é que muitas delas são relativamente simples.
Confira a seguir algumas delas.
Converse com a gerência
Um dos primeiros passos para reverter esse problema pode ser uma conversa franca com a sua gerência, sobretudo, se você entender que o seu ambiente de trabalho não reúne as condições adequadas para que exerça a sua função ou para que ofereça um atendimento digno para os seus pacientes.
Deixe a situação clara para os gestores e, especialmente se eles forem abertos ao diálogo, feedbacks constantes podem melhorar consideravelmente a unidade de saúde. E, caso você perceba risco para você mesmo ou condições insalubres para exercer o seu ofício, não hesite em acionar o Conselho Regional de Medicina do seu estado.
Tenha paciência no atendimento
Por mais estressantes que sejam as suas condições de trabalho, é muito importante tomar cuidado para que isso não prejudique a qualidade do seu atendimento. Ainda que, muitas vezes, o público não compreenda que a culpa das falhas não é do médico, é fundamental ter paciência e calma durante as consultas.
Lembre-se de que é comum que essas pessoas estejam fragilizadas pelo seu estado de saúde, com medo de doenças graves ou com dificuldades em melhorar as suas condições gerais. Sendo assim, elas veem no médico uma possibilidade de solução, uma esperança. Use isso para fortalecer o relacionamento e gerar empatia.
Trabalhe melhor com a sua equipe
Trabalhar melhor com a equipe multidisciplinar é outra estratégia muito vantajosa em um estabelecimento de saúde e pode ser uma ação muito positiva para o ambiente de trabalho ficar mais saudável. Embora muitos médicos hesitem em fazer isso pelos mais variados motivos, vale a pena tentar.
Enfermeiros, psicólogos, educadores físicos, dentistas e agentes comunitários de saúde, por exemplo, podem ter uma importância crucial em aprimorar o relacionamento com o público e tornar o paciente mais aderente aos tratamentos propostos. Uma boa ideia é agendar reuniões esporádicas e passar os casos semanalmente.
Outra ação que pode ser adotada é fazer melhor uso do local no qual você está inserido. Muitas clínicas optam por fazer grupos de orientação para pessoas com quadros clínicos similares, como tabagistas, gestantes, hipertensos e idosos. Não é difícil perceber que essa estratégia pode reduzir consideravelmente as suas demandas diárias.
Utilize a tecnologia em seu favor
Em praticamente todos os segmentos do mercado, a tecnologia vem se mostrando essencial para melhorar as condições de trabalho e tornar a rotina do dia a dia mais tranquila. Na área de saúde, isso não é diferente, e você pode utilizar diversos aplicativos médicos para otimizar a sua rotina.
Esses softwares estão ficando cada vez mais precisos e podem contribuir em diversas tarefas, como o cálculo da dosagem de medicamentos, detalhes nas bulas de remédios, busca por similares ou genéricos, diagnósticos de imagens, compartilhamento de arquivos com outros profissionais e muito mais.
Procure a ajuda de um especialista
Por incrível que pareça, os médicos estão entre os profissionais menos propensos a procurar ajuda quando algo não vai bem com a sua saúde. As causas desse fenômeno são multifatoriais, mas o fato é que, como qualquer outro mortal, um profissional de saúde pode precisar do auxílio de alguém que entenda o que ele está passando.
Além dos psiquiatras, psicólogos e outros terapeutas podem contribuir para que você compreenda as motivações e as situações que estão conduzindo para um quadro de estresse e ansiedade, por exemplo. Você pode procurar indicações com amigos e conhecidos ou, então, utilizar a internet para buscar um profissional renomado nessa área.
E agora, entendeu como o trabalho excessivo prejudica a saúde física e mental dos médicos? Viu como algumas atitudes simples podem contribuir para melhorar esse cenário? Se você se identificou com esses problemas, não perca mais tempo e coloque esses passos em ação.
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