O número de médicos não para de aumentar no país. Em 2017, eram mais de 400 mil profissionais, segundo os dados do Conselho Federal de Medicina (CFM). Contudo, ainda existe muita má distribuição, já que a maior parte desses profissionais concentra-se no Sul e no Sudeste.
Se você está se formando agora, saiba que, apesar do número alto de profissionais, existe muita demanda e a empregabilidade é alta. Quer mais dicas sobre o mercado de trabalho após a residência? Continue a leitura!
Panorama sobre o mercado de trabalho após a residência
Após terminar o processo de residência, o médico recebe um certificado de conclusão e pode, então, ser registrado no Conselho Federal de Medicina (CFM) por meio do Conselho Regional de Medicina (CRM).
Desde janeiro de 2006, o título de especialista não é mais vitalício. Ele tem duração de 5 anos e, após esse período, é preciso realizar a revalidação do título por meio da comprovação da educação médica continuada.
Decisões antes de entrar no mercado
Para começar a atuar no mercado, o médico recém-formado deverá tomar algumas decisões importantes, como: trabalhar em uma clínica em sociedade com outros profissionais, montar o seu próprio consultório, continuar como plantonista de algum hospital, atender via SUS, entrar em um convênio etc.
Não existe um modo simples de decidir isso. Tudo dependerá dos seus objetivos profissionais, da residência que você escolheu e, principalmente, das oportunidades na sua cidade, além do relacionamento com outros médicos.
Em muitos municípios, um médico recém-formado que atue apenas com pacientes particulares terá grande dificuldade em se firmar. Assim, o caminho mais “simples” é se tornar conveniado de algum plano de saúde, conseguir uma boa carteira de pacientes e depois passar a trabalhar como médico particular.
Contudo, vale lembrar que manter uma clínica é como manter um negócio, ou seja, é preciso ter lucro para você se manter. Por isso, muitos profissionais em início de carreira continuam com os plantões, ajudando a compor a renda e também a ganhar ainda mais experiência.
Onde atuar
Como você viu na introdução deste artigo, o número de médicos está mais concentrado nas regiões Sul e Sudeste do país, em especial nas capitais. Em comparação, as regiões Norte e Nordeste são as que têm o menor número de médicos em relação à população.
Assim, considere fazer uma pesquisa de mercado, buscando analisar a quantidade de médicos na sua especialidade que já atuam na cidade ou na região.
As cidades menores apresentam mais qualidade de vida. Porém, é necessário considerar se existe demanda para a sua especialidade (pensando também nas cidades próximas). Outro ponto é a estrutura de saúde da cidade: confira se existem serviços de apoio diagnóstico e terapêutico.
O futuro da sua especialidade médica
Essa é uma decisão que deve ser pensada ainda antes da residência. Afinal, é preciso investir em uma especialidade que você goste, que tenha uma boa demanda e um potencial importante de crescimento nos próximos anos.
Além disso, é fundamental sempre ficar de olho no futuro da sua especialidade, estando bem informado sobre as mudanças importantes na sua área de atuação e as novas tecnologias, garantindo que a sua formação continuada não fique à margem da evolução do mercado.
Estrutura de saúde
Esse é um dos principais desafios na carreira médica. Infelizmente, nem todas as cidades têm uma boa estrutura de saúde e, muitas vezes, os médicos precisam competir com as próprias farmácias, já que muitos pacientes preferem se automedicar a procurar uma ajuda profissional, seja por falta de condições ou por falta de assistência do SUS.
Entender essa realidade é fundamental para que você consiga se estabelecer de forma mais proveitosa na região que escolheu trabalhar.
As especialidades médicas com mais e menos profissionais
De acordo com dados do CFM, a Pediatria é a área que concentra o maior número de profissionais, com mais de 30 mil titulados. Na sequência estão: Ginecologia e Obstetrícia, Clínica Médica, Cirurgia Geral, Anestesiologia, Medicina do Trabalho e Cardiologia.
Além dessas, ainda têm destaque no estudo do CFM as áreas de: Oftalmologia, Ortopedia e Traumatologia, Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Dermatologia, Psiquiatria, Otorrinolaringologia, Cirurgia Plástica e Medicina Intensiva.
Em contrapartida, as áreas com um número pequeno de profissionais são: Cirurgia de Mão, Genética Médica, Radioterapia, Medicina Esportiva, Medicina Nuclear e Medicina Física e Reabilitação.
Dicas importantes para se destacar no mercado de trabalho após a residência
Trabalhe o seu networking
Muitos médicos conseguem novos pacientes por meio das indicações, sejam elas de outros médicos, dos demais profissionais da área da saúde ou dos próprios pacientes. Por isso, quanto mais você trabalhar o seu networking, mais fácil será de ter o seu nome reconhecido e lembrado para uma vaga de emprego ou uma sociedade.
Isso significa participar de eventos médicos da sua especialidade, como congressos e feiras, investir em plantões, envolver-se com a comunidade local, ter contato com outros profissionais do ramo da saúde e fazer parcerias.
Além disso, é provavelmente do seu networking que surgirão as primeiras oportunidades de emprego após a residência. Por isso, foque nessas relações.
Busque interagir com outros médicos
A troca de informações é algo vital na medicina. Então, não tenha medo de buscar aconselhamento com outros profissionais mais experientes. Além de ampliar os seus conhecimentos e garantir um atendimento ainda melhor aos seus pacientes, com essa atitude você ficará mais conhecido pela comunidade médica.
Invista em outros tipos de conhecimentos
A maioria dos médicos foca apenas em obter conhecimentos sobre a sua especialidade. Mas se você pensa em ter o seu próprio consultório, é fundamental ter informações sobre outras áreas, como matemática financeira, gestão e marketing.
Lógico que você não precisa se tornar um especialista, mas ter esses conhecimentos poderá lhe ajudar a se destacar no seu mercado e a tornar o seu consultório mais lucrativo.
Fortaleça a relação com seus pacientes
No início da carreira, a relação com os pacientes pode ser um dos principais desafios, já que muitas pessoas não compreendem bem a prática médica e desejam ter resultados em um curto espaço de tempo.
Por isso, vale a pena dedicar-se a explicar melhor para cada um dos seus pacientes como funciona o processo de diagnóstico e tratamento, quais são os prognósticos da doença, enfim, ter uma relação mais próxima e de confiança.
Infelizmente, muitas pessoas ainda acreditam que médicos novos não são confiáveis ou não têm uma bagagem de conhecimento suficiente. Cabe a você, durante o seu atendimento, demonstrar a sua capacidade e conquistar a confiança dos seus pacientes.
Além de melhorar as taxas de adesão ao seu tratamento, essa atitude ajudará você a fortalecer o seu nome e a conseguir novos pacientes por meio da indicação.
Como você viu, o mercado de trabalho após a residência apresenta muitos desafios e é preciso tomar várias decisões importantes para se destacar. Apesar disso, a taxa de empregabilidade na medicina é alta e existe bastante espaço para bons profissionais.
E aí, gostou deste conteúdo? Quer continuar se informando? Então, leia este post e entenda como os smartphones podem ajudar a organizar a sua rotina!